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A mostrar mensagens de 2015

não é fome

Não é fome Claro que não é fome Este vazio que me vai, bem no centro da barriga Não sei. Não sei o que me veio à cabeça quando vieste ter comigo com um par de cervejas. Trouxeste-me os raios de sol. A Natureza que há em mim estava seca, mórbida. Trouxeste-me vida. O coração que era árido tornou-se brilhante. Gostava de poder meter uns “e” ou uns “então” Mas é com tristeza que digo que nem a imaginação está do meu lado desta vez. Não sei onde hei-de meter a ficção. O que me interessa neste momento é mesmo essa falta, Que me fazes. Estou perdido À procura de paz interior Acho eu. Acho que é por isso que não estico a mão para te puxar para mim. Por não estar em paz E por não querer depositar toda essa responsabilidade nas tuas mãos Fodasse! Como são perfeitas as tuas mãos Custa-me recordar. Recordar não é viver Mais parece uma névoa estranha em frente a mim Parece um sonho e caralho como eu detesto os meus sonhos Estou farto del

Loucura ?

Pequena a Loucura daqueles que pairam sobre a sua realidade como se esta valesse pouco. Suspirando por voos maiores que a própria existência, acabam-se por confundir com sonhos acordados. Não sabendo nunca como provar, vai conseguindo sentir os sabores, as cores e os amores. Para depois recordar, ou juntar ou até tudo condensar. Tornando momentos fugazes em ensaios elaborados de modo a que a evolução possa ser presenciada. Não sabendo nunca para que lado sopra o vento mas sendo sempre eu súbdito. De terra em terra acomula para conseguir consertar e criar uma unidade final igual à Inicial. [ por ser tudo tão plano, não vale a pena planear? por ser tudo tão claro, não vale a pena esclarecer? Vale.. Claro que sim. ]

Sem título 3

Sem reparar muito nisso, o poder do subconsciente leva-nos a escolher caminhos por vezes não evidentes, mas que mais tarde podem (e devem) levar a grandes conquistas... ou grandes falhanços. Se é para falhar, falha à grande ! Ao menos, apesar de seres um monte merda, tentaste. "Toma lá que é para aprenderes!" E aprendes. pá próxima escondes melhor a chave do cofre, pá próxima lavas os dentes e cortas as unhas, assim não fazes sangrar a miúda dos teus sonhos, enquanto ela tem o maior orgasmo da vida dela. É isso... Acho que o subconsciente é superior, e muito, a nós.

Sem título 2

Sonhos são despertados por seres chamados inteligentes, a mim parece-me que sugam inteligencia, mas tudo bem. Por mais Kafkianos que sejam, e apesar de nem radiações (solares ou não) não nos acordarem, estes uns e zeros combinam uns com os outros, conspiram com estados menos dormentes do utilizador, e no final... ou começo, porque tudo é um ciclo, levam à extinção dessas borboletas gigantes com olhos hipnotizantes e proféticos. Será sonhar também viver ? Ou sem sonho não se vive ? Rejeitemos essas ideias de que a sesta depois de uma refeição não é civilizada. Deixem-nos percorrer esses vales místicos, seja acompanhado ou não, não podemos rejeitar a possibilidade de conhecimento lá armazenado.

Sem título 1

E esperam que um gajo se embebede com quê ? Com esta merda de bebidas brancas de supermercado ? Esperam que confiemos nas "Normas Comunitárias"? Que são feitas para nos protegerem ? Que acabam como uma bola de pinque-pongue, primeiro jogadas de lado para lado, a roçarem nos chãos suados e imundos dessas pocilgas, para depois acabarem quimadas em papel de prata, ou melhor, de dólar. Acabando por apodrecer tudo em seu redor e levando os transuentes a uma asfixia lenta que queima que cega que mata. Essa poeira Negra e cancerosa chamada Corrupção.

BORBOLETA NEGRA

Borboleta Negra O dia avizinha-se sozinho e cinzento. Um ar quente e pesado tornava a respiração difícil, a chuva primaveril estava aí. Uma guitarra anunciou e acompanhou a curto dilúvio. Levou-nos a conhecer varandas sempre acompanhadas de maços de 100%’s e uma garrafa de vinho. A batida acelerada inspirava curiosidade. Nada de coisas normais, nada de desistências ou lamentos triviais. Era experiente e apesar de o saber não se colocavam em nenhum tipo de pedestal. Em doses duplas e sempre a espreitar e a agitar núcleos atómicos, os olhares eram interceptados, analisados e bem recebidos. Intoxicados gostamos de partilhar musica, ideias e, quando convém, vidas. A língua não parava e a imaginação ajudou à festa. Não haviam mãos a medir nem tempo a perder. Cantavam mundos familiares para serem recordados, mas o vinho dificultava este processo. Entraram, sentaram e criaram um fogo no meio de uma enorme satisfação. Enquanto se levantava o véu só imaginava quanto é que custava o seu

MAJOR ARCANA 2

The HIGH PRIESTESS -Então!... Claro que sonhaste! Quando chegamos junto da carroça estavas a delirar como um louco! A rebolar na lama, com a tua cara a fumegar quando a chuva te escorria. Ainda bem que Ela nos autorizou a trazer-te para dentro. Isso não acontece normalmente, sabes?! Acho que nunca nenhum rapaz dormiu dentro destas paredes, imagina lá a tua sorte! Se calhar ainda estás a sonhar. Dizia-me isto com o mais belo sorriso que alguma vez tinha visto. Uma rapariguinha, pouco mais nova que eu. Cabelos longos castanhos-claros faziam-me cócegas nos braços enquanto ela não parava, irrequieta. Tanto se sentava e ouvia a minha história como se levantava e dava pulos de alegria, entusiasmada com a minha exótica presença. Como ela, os olhitos pequenos e curiosos analisavam-me por completo, tentando sempre descobrir mais sobre aquele sujeito sujo e malcheiroso. Contou-me que tinha estado a dormir durante dois dias inteiros e que apenas me acordavam para me dar sopa à boca. Está

MAJOR ARCANA 1

The Magician Aproximem-se Senhoras e Senhores, que isto é ver para crer! Cheguem-se meninos e meninas que coisas destas não passam na televisão. O Fantástico, o Incrível, o extraordinário está para acontecer. Enquanto olharem ou pestanejarem em busca de uma pista já o transcendente aconteceu. Relaxem e deixem-se maravilhar. O olho não acompanhará nunca a velocidade da acção. Prometo magia, caro público. Magia daquela que vos faz sonhar, mas tenham cuidado e não se percam no jogo de cintura e de cores, pois o erro e a morte balançam num namoro frágil com o sucesso. Peço que vos deixeis encantar com este mundo do mistério e do oculto. E que pulmões não me faltem para estar aqui no final para vos dizer a todos “até à próxima”. Atentos pois então. Durava cerca de vinte minutos. Costumava ser escolhida a rua mais movimentada por motivos óbvios. A frase de boas vindas era da autoria de um avô qualquer. Repetida tantas vezes por se saber que funcionava: numa tarde boa sem chuva conse

MAJOR ARCANA 0

The Fool “-Acho que pelo meio da cidade cruza um rio. Deve estar bom tempo quando lá chegarmos, por isso vais atirar-te da ponte. Vais ver oque é acordar para a vida. Disse ele. – Ao fim de tantos meses acho que vou estar bem acordado, mas aceito o Teu desafio.” - Foi assim que me meti nisto. Com meia dúzia de palavras o gajo convenceu-me. – Pois, e agora estás aqui metido comigo. – Sim, mas não por muito tempo. – Se soubesses quantos são os que dizem isso. Que caralho de Loucos. – É, Loucos como os pássaros.

1899

1899 - Dizia na fachada de um edifício tipicamente europeu. Bem ao estilo clássico de Viena, ou melhor, que Viena copiou do resto da Europa. Apesar de elegante, os anos e décadas não foram misericordiosos. Do alto da sua fachada trabalhada e adornada a degradação não fora escondida. Como um lobo amestrado e envelhecido, tinha perdido a importância e a vida bucólica de antigamente - em que era o ex-libris do quarteirão - para agora se resignar a ser um local de passagem de amantes domingueiros. Ainda era motivo de exclamações, mas agora por estar à mostra o seu esqueleto e não pela sua cor amarela que costumava vibrar com a luz do pôr-do-sol. Faziam-lhe companhia as aves cantantes de um parque próximo que voavam em círculos junto da chaminé quando este mostrava sinais de uma respiração cansada. Dava a impressão que a história era absorvida pelas paredes, existiam marcas de balas e tijolos espreitavam por entre brechas no estuque velho que descascava. As janelas, grandes, lembravam os ol
Com ela sentia-me bem. Podia falar sobre tudo. E falávamos. Dizia-lhe o que sentia, por entre sorrisos e enigmas. A empatia era grande e pensei que a presença de um complementava e aquecia a vida do outro. Compreendia-mos a dor e, ao falar dela, parecia ficar mais suportável. Era natural a química que sentíamos e a energia que criávamos quando estavamos juntos. Julgo que ambos nos viciamos nela e não era possível passar um dia sem a ver. A sentir a falta dessa magia. Eram dias em que o tempo nao passava, tudo ficava sem cor. E bastava uma chamada para estarmos juntos outra vez. Para sermos juntos um por-do-sol, a qualquer hora do dia. Para sentirmos juntos uns minutos de energia. Para conseguirmos juntos encontrar um sentido para a vida
o pior é ter-te aqui tão perto. Estares ao meu alcance mas não te poder ter. É ver-te todos os dias e ser só isso - ver. É querer queimar-me no fogo que se apaga quando te toco. Ás vezes sinto-me como se fosse água, fluído, adapto-me ao que está à minha volta. Por vezes congelo e é aí que preciso de ti. Mantêm-me por perto e aquece-me. Faz-me voltar ao meu estado perfeito, para que a vida possa crescer. Não me deixes frio e hostil, de modo a não poder navegar. Mas não me leves ao rubro, pois com tanta energia não te conseguia apagar  e eu desaparecia.
Deixa-me. Deixa-me sentar junto a ti. Deixa-me partilhar contigo os meus impulsos - o melhor que tenho para te dar. Deixa-me ohar para ti. Deixa-me sentir o teu perfume e saber os teus hábitos. Deixa-me ficar perdido no teu olhar. Deixa-me descobrir o teu sorriso para me perder nele também. Deixa-me jurar e jurarei: que nunca te hei de mudar, que nunca te irei acordar, que nunca te farei chorar. DEixa-me caminhar ao teu lado e ver aquilo que vês, ouvir o que ouves e sentir o que sentes. Só aí terei uma ideia do que é ser tu, do que é pensar como tu. Só aí serei capaz de perceber de onde vem a intensidade da tua gargalhada e a ternura da tua voz. E quando eu perder o fio à meada, e sentir dúvidas em relação ao que a tua mente sentiria, deixa-me perguntar-te. Pois vais estar ali ao pé de mim e eu vou deixar-te ver-me por dentro. Deixa-me que nunca te deixarei.
Não quero acordar Deste sonho Gosto de te ver, toda ao mesmo tempo. Por cima, de lado, a fazer o pino e a saltar. Gosto. De te sentir toda ao mesmo tempo. Quente, seca, fria e húmida. Salgada as vezes e doce muitas. Mas sempre ao mesmo tempo. o tempo deixa de fazer sentindo devido a concentração de energia, que de tão imensa ser dentro de mim, da aso a criação de novos elementos que eu não consigo distinguir ou sequer definir. Gosto. Muito. E salto. Salto entre este mundo e o outro. E o tempo aparece. Mas já foi outra vez... Foi o comboio a passar.... E voltamos a nossa conversa. Que dizia eu? Nada, não dizia nada, ou melhor.... Dizia, escutava, berrava e sussurrava, esperneava e até me cagava de tanta força fazer... Dentro de um momento que e uma bolha, que perde todo um trabalho de vida, num pufff. gosto de sentir. E não sei se saber que vives um sonho e bom ou mau. O mundo dos vivos muda tudo. Não quero ter de te esquecer, e pior e saber que te vou esquecer. Que quando acordar já
Aquele momento em que, olhas para o lado direito e dois pares de nádegas abençoam o teu dia, olhas para a esquerda e aos pares está a ser vendido outro produto igualmente belo e igualmente "escondido" por trás de um pedaço de pano. Porque o corpo das mulheres pode e deve e tem de ser venerado e idolatrado e devidamente observado. Por isso olho para os dois lados. Para a direita e babo. Para a esquerda e arrepio. Levantam-se. Os dois lados sao atingidos pela gravidade e eu fico a pensar que ser assim não devia ter sido alvo de Newton. Mas depois agradeço-lhe, pois se elas fossem assim perfeitas eu tinha ido directamente contra um poste e tinha morrido.
chamam-lhe.... ah.... não interessa. Chamam-na. As vezes não chamam. Apitam. Acenam. Anormais. Rugem de dentro. Recebem sem respeito. Amam sem Amar. Logram-lhe o peito. Lambendo sem Limpar. Helénicos sem Honra. Ostentam o F Chamam Apitam Rugem Amam Logram Honram-se Ostentando

Advogado do Diabo

Penso que para se conseguir ser um bom advogado de defesa do diabo se deve dominar toda a teoria da mentira. Para além de conseguir desenvolver uma boa história é necessário acreditar nela como quem acredita que o sol é redondo. O advogado do diabo depara-se frequentemente com o recurso necessário à mentira piedosa. E é aqui que entra o verdadeiro lado maléfico da mente. Quando a sua tábua de valores está tão alterada que ele próprio acha normal as piores barbaridades. Conviver com a traição e a ocultação de factos requer uma capacidade de nos abstrairmos do real valor da acção que, neste caso, o diabo comete. Percebemos que o confronto com a realidade é demasiado mau e aceitamos a ocultação como o melhor caminho. Isto funciona como um buraco negro, vai sugando a verdade e mantendo a escuridão. O que nos leva a uma pergunta natural: o que acontece quando o buraco negro já sugou tudo o que tinha para sugar? Há quem diga que explode… Mas também pode funcionar como uma passagem entre doi

Loira

Loira, olhos verdes e um sorriso marcado pelo batom vermelho - Era esta a imagem que tinha ficado na caveça e eu começava a ficar viciado nela. Nela, na imagem, não nela na rapariga - que quando falava não dizia nada e jeito, era uma parvinha. O conceito marcou-me de tal maneira, que sempre que via uma ponta de cigarro marcada com batom, o meu cérebro entrava em curto-circuito e lá ia eu por aquele mar de memórias.  O outro podia chamar-lhe de platónico mas também havia quem lhe chamasse obcessão. De qualquer maneira, dia após dia as memórias tornavam-se cada vez mais reais e quando eu achava que estava a ficar tolinho cheguei a conclusão que me apaixonava pela minha mente. Achei engraçado porque no fundo a minha mente apaixonava-se por ela mesma, pelas imagens e cenários hipotéticos que os meus sonhos criavam.  E os olhos verdes colocados num pedestal- mas não eram só os olhos, pois se de facto tivessem num pedestal seria um cenário arrepiante , digno de filmes do Hannibal Lecter